domingo, 23 de maio de 2010

O Brasil, a impunidade e as desigualdades sociais

O Brasil, a impunidade e as desigualdades sociais


A força da Lei Maior, que é a Constituição Brasileira, deveria imperar em nosso país, produzindo seus efeitos benéficos e trazendo justiça para a população. Mas o que vemos, na realidade, e o pior, que não é compreendido pela grande massa, é que a Constituição não é cumprida. Senão vejamos:

Um dos aspectos diz respeito à igualdade entre os brasileiros. Ora, igualdade é igualdade e não semelhança ou coisa parecida. O que vemos, partindo dos três poderes da República, que são o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, uma diferença enorme entre eles próprios, nos salários, nas cargas horárias de trabalho e em outros setores, que mais acentuada fica se comprada com a classe trabalhadora brasileira.

Ontem, 18, a televisão divulgou nota relativa à carga horária do Poder Judiciário, no sentido de que os juízes trabalham apenas meio ano, ou seja, computando-se os finais de semana, feriados nacionais, feriados específicos da classe, dois meses de férias – sim – dois meses, e mais o recesso de final de ano, há uma diferença brutal entre o trabalho desse poder governamental e a classe trabalhadora como um todo. E os salários? Isso nem se fala, porque as diferenças são gritantes. Não que a população inteira tenha que receber salários altos e iguais, mas sim, que a diferença entre os maiores salários e o salário-mínimo teria que ser menor, como em países mais civilizados. Vale dizer, segundo a reportagem divulgada pela televisão, que existe um processo em tramitação no congresso nacional há dois anos, que tenta reverter a situação e diminuir as férias do Judiciário, igualando o período a o dos trabalhadores e funcionários normais. Mas, como é de se esperar, o projeto está parado, engavetado e ninguém fala nisso no momento.

A impunidade é mais uma vez a tônica do ano, ao lado da violência. A sensação de falta de justiça paira em todos os momentos, com raras exceções, é claro. Os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal afirmaram que o ano foi de contribuições belíssimas das casas para o Brasil, um trabalho bem feito e tudo perfeito. Boris Casoy, apresentador de televisão, disse após a transmissão da notícia: "ou eles estão brincando, ou falando de outro país, que não é o nosso".

Os escândalos de corrupção entre os políticos se sucedem. Um é maior que o outro e todos acabam da mesma forma: em nada. Ninguém é punido, tudo volta ao normal e todo mundo se sai bem, mesmo depois de imagens e provas que fazem qualquer um estremecer. A Polícia Federal e os órgãos de inteligência trabalham incansavelmente. E descobre os furtos, a malversação do dinheiro público, a lavagem de dinheiro sujo etc. Prendem todo mundo. Mas e daí? O que vem depois é uma sucessão de recursos judiciais sem fim e que sempre acabam por beneficiar os criminosos de terno e gravata.

Nos municípios há uma preocupação geral, agora, com o Réveillon e com a queima de fogos de artifício, em uma competição que o povo só tem a perder. Milhões e milhões são gastos com fogos, que são pagos com que dinheiro? O nosso! Do contribuinte! Mas o povão, que vê graça apenas nas novelas e pela própria educação não enxerga os fatos, não nota que os hospitais estão muito carentes, que seus exames médicos não são marcados para as datas que realmente deles necessitam, que as operações médicas são marcadas com muito atraso e que medicamentos faltam em praticamente toda a rede publica do país, além do péssimo atendimento. Pode isso?

Esperamos que em 2010 a situação melhore. Mas é quase impossível. Está tudo dominado...

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