domingo, 23 de maio de 2010

Comunidade, uma coisa do passado?

Comunidade, uma coisa do passado?



Recordar é viver novamente. E lembrar as coisas boas do passado é muito salutar. As cidades, os costumes, as amizades, as festas, as escolas e os namoros da juventude, tudo era muito diferente.

E hoje, evoluímos ou não? Uma pergunta que merece ser bem estudada para ser respondida.

Em alguns aspectos a evolução foi muito grande, principalmente no que se refere à tecnologia. A Medicina avançou aceleradamente e os benefícios para a humanidade são uma vitória. Nas comunicações nem se fala. Hoje podemos ver e ouvir o que se passa do outro lado do mundo em tempo real. As movimentações financeiras e as pesquisas pela internet ganham espaço cada vez maior entre a população. Os meios de transporte, cada vez mais rápidos contribuíram para esta mudança.

Mas parece que falta alguma coisa. Em meio a tudo isso existe certo egoísmo, talvez provocado pela necessidade do ser humano de sobreviver, literalmente. Preocupado com a segurança, o seu sustento e o de sua família, fecha-se em um círculo cada vez menor.

O sentido de comunidade, com a presença de todos em uma área física mais ou menos delimitada parece que acabou. Estamos cercados de centenas ou milhares de pessoas e ao mesmo tempo nos encontramos solitários. Os encontros de família, de vizinhos, de amigos ou parentes vão ficando mais escassos, porque não dizer estão desaparecendo.

Fala-se de solidariedade. Mas torna-se difícil praticá-la, uma vez que dificilmente podemos abrir a porta de nossa casa para dar um simples copo d’água para um pedinte, tendo em vista que poderá ser um assalto, sei lá o quê... Um pedido de informação, de um endereço ou qualquer coisa que o valha, nos causa desconfiança. Seria paranóia? Acho que não. Apenas uma defesa lógica para um mundo mais cruel a cada dia.

Os maus exemplos vindos de cima nos chegam sem parar e nos tornam impotentes, pasmos e vão pouco a pouco diminuindo nossas esperanças. O que dizer para nossos filhos e netos, com a experiência que alguns anos de vida a mais que possuímos e por isso mesmo com uma grande carga emocional vivida?

Façamos um esforço e uma reflexão, cada pessoa, no sentido de que possamos encontrar caminhos para uma melhoria desse estado de coisas. Uma fraternidade maior, um afeto real, que a violência possa diminuir aos limites toleráveis, pelo menos.

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